30 janeiro 2006

Caminhos?

The red model II 1939, de Rene Magritte. Retirado de www.surrealists.co.uk

Curioso... estou aqui olhando para a página de postagem do blogger, pensando qual seria um bom tema para escrever. Comecei um. Apaguei. Comecei outro. Apaguei de novo. E vejo agora que, apesar de diferentes, esses mal-fadados temas convergem num ponto: o futuro.
O primeiro tema deletado foi exatamente sobre o futuro. Citaria um trecho que li há algumas horas do livro do Osho, que o André me deu em 2004. No entanto travei.
O segundo tema seria sobre a atividade de correr e como isso me faz bem. Comecei a pensar porque voltei a correr... Me lembrei de uns sonhos que tive há cerca de duas semanas... Por várias noites seguidas sonhei que caminhava com muita dificuldade, em lugares que conhecia, mas sob circunstâncias estranhas (de madrugada, sozinha). Nesses sonhos eu andava, andava, andava e não progredia, não chegava nunca... Fiquei muito incomodada com esses sonhos e resolvi caminhar (de fato), até mesmo para provar pra mim mesma que era capaz de andar, de me mover, de atingir meus objetivos.
Caminhar foi bom. Tenho alternado caminhada e corrida. Enquanto corro desafio a mim mesma, tento (e consigo) quebrar limites, meus próprios limites. E quando caminho depois da corrida entro numa espécie de transe, uma sensação muito boa... algo como sentir o corpo inteiro e ao mesmo tempo não sentir nada.
Mas juntando tudo agora, chego a conclusão de que meu futuro é atualmente uma incógnita pra mim. No livro, Osho dizia que o futuro só existe enquanto uma projeção dos nossos desejos. E eu não sei quais são meus desejos hoje. É como se eu não conseguisse caminhar (muito menos correr) porque não sei quais são meus limites, onde estou caminhando, onde quero chegar.
Para mim essa é uma situação estranha. Sou o tipo de pessoa que sempre teve um projeto de vida, que buscou realizar esse projeto sacrificando muita coisa, vencendo limites, lutando muito.
Então hoje olho pra frente e não vejo nada. E minhas pernas ficam pesadas...

26 janeiro 2006

Crescendo


A Michele me emprestou o cd com a trilha sonora de Felicity. Estou ouvindo agora... Adoro esse seriado. Conta a história de uma garota que sai de sua cidade natal para estudar em Nova Iorque, na mesma faculdade do garoto por quem ela foi apaixonada no colégio, baseada apenas nas palavras que ele escreveu no seu livro de formatura.
A Felicity foi atrás da felicidade dela, do que ela achava ser o melhor pra sua vida. Apostou na mudança, apostou na possibilidade de ser feliz. Um milhão de coisas aconteceram, ela namorou o garoto, terminou, namorou de novo, conheceu um monte de gente, fez amigos de verdade, sofreu decepções, cresceu e se tornou mulher.
A possibilidade de ir em busca da minha felicidade, não importasse onde ela estivesse, sempre me atraiu muito. Desde muito nova eu falava em morar sozinha, em viajar, conhecer o mundo. Tinha a sensação de que Belo Horizonte era pequena pra mim, que ter apenas aquela vivência seria pouco. Saí. Como Felicity, conheci muita gente, fiz amigos de verdade, amei, sofri, chorei (como chorei!), aprendi muita coisa, desaprendi outras tantas, voltei. Tornei a sair, e desta vez tida como louca por todos que conheciam minha história...
Acredito que tomar decisões - e arcar com as conseqüências delas - é fundamental no processo de crescimento do indivíduo. Enquanto todos (ou quase todos) consideravam minha atitude de voltar a Belém como inconseqüente, baseada em parcas probabilidades de dar certo, eu tinha a certeza (ou talvez a tenha agora) de que naquele momento estava crescendo mais do que quando resolvi sair pela primeira vez. Porque desta vez eu estava me expondo efetivamente à possibilidade quebrar a cara, agindo com muito medo, mas agindo. Me entregando ao que poderia ser o grande amor da minha vida, sem ter certeza de nada, só de que é preciso tentar.
Então eu penso na Felicity, em mim, na Michele (nossa mais nova Felicity)... penso no quanto é difícil sair do seio da família, da cidade que a gente conhece como a palma da mão e ir em busca de uma nova vida. Penso no quanto isso muda completamente a noção que temos de vida, de dependência, de independência, de família, de amor, de saudade... No quanto isso tudo vale a pena.
A você, Mi, desejo muito crescimento em sua nova vida em São Paulo. Que ele ocorra de maneira muito fluida, muito madura...

Fotografia retirada de www.asminasgerais.com.br

23 janeiro 2006

Ipês e nostalgia...


Pulando de link em link acabei chegando na página do Rubem Alves. Pensador mineiro (quanta honra!), escreve coisas belas e, como diz em seu livro Lições de Feitiçaria, escurecedoras, uma vez que nos levam não ao conhecimento dado, mas às perguntas... Quando estava terminando o mestrado comentei com um professor e amigo: quanto mais leio para a dissertação, tenho mais certeza que não sei nada! Ele suspirou aliviado e disse: que bom! Você está no caminho certo...
Digressões à parte, cheguei a um texto do meu conterrâneo, que falava dos ipês. Um trechinho:
"Conheci os ipês na minha infância, em Minas, os pastos queimados pela geada, a poeira subindo das estradas secas e, no meio dos campos, os ipês solitários, colorindo o inverno de alegria. O tempo era diferente, moroso como as vacas que voltam em fim de tarde. As coisas andavam ao ritmo da própria vida, nos seus giros naturais."
E lendo aquilo me bateu uma saudade de Minas... porque ipês são para mim a cara de Minas. A cara das estradas de Minas na Semana Santa, juntamente com as quaresmeiras. A cara da minha infância. Consigo sentir agora, enquanto escrevo, a sensação de alegria e ansiedade por estar viajando, a caminho do paraíso... Pra mim nenhuma estrada é como as estradas de Minas, com seu lindo mar de montanhas, salpicado do amarelo dos ipês.
Os ipês me trouxeram a Minas que não tenho mais. A Minas que não vi quando estive por lá em dezembro. Aquela que ficou na minha infância e na adolescência.
Por isso que se um dia voltar a morar em Minas quero morar no interior. Assim poderei ver ipês sempre...

21 janeiro 2006

Mais um pouco de zen

Pra pensar... Ou melhor: não pensar! Tudo a ver com a nova filosofia zen de vida...
Sobre o pensamento

Zen


Quando eu fazia terapia uma das coisas que a Ana sempre me dizia era pra ficar insensível às contingências. Não me deixar ser afetada por eventos ou pessoas que provocariam respostas (emocionais, principalmente) desagradáveis. Ser um pouco zen.
Sou mais zen que muita gente que conheço, mas algumas vezes fica difícil não perceber as coisas e não ficar absolutamente irritada com elas. E nessas situações fico entre agir com o sábio desprezo zen e armar o maior barraco... Quem sofre é meu estômago, já que não consigo agir de uma maneira nem de outra.
Ser mais zen é uma boa proposta para 2006, aliás é um passo para uma proposta maior, esta para a minha vida e das pessoas com quem convivo, das pessoas que amo: paz. Eu chego lá.

19 janeiro 2006

King Kong


Ontem fui assistir ao King Kong, de Peter Jackson. Nunca tinha assistido a nenhuma versão, então esse foi novidade pra mim (fora a antológica cena do macaco no alto do Empire State). Achei o filme interessante, apesar de ter um monte de coisas desnecessárias e ser looooongo...
Desnecessário:
  • os nativos da ilha. Achei que o diretor fosse fazer alguma relação de dependência entre os nativos e o macacão, justificando a entrega de Ann Darrel ao sacrifício... Mas não houve nada disso. Ficou no ar. E os nativos, depois de cenas horripilantes, nunca mais apareceram no filme.
  • os dinossauros. Detesto filmes com dinossauros. Eles estão perfeitos no filme, dá até medo, porque parecem de verdade. Mas continuo detestando... Será que a tal Ilha das Caveiras não passou pela era glacial???
  • os insetos e outros bichos nojentos. Precisava daquilo? E eles precisavam ser enormes daquele jeito? Passei boa parte do filme olhando pro lado, esperando as cenas passarem.
  • um problema atrás do outro. Me senti exatamente como em Senhor dos Anéis (por que será?): absolutamente cansada, só de ver os personagens saírem de um problema e entrarem em outro...
  • música o tempo todo. Não há momentos de silêncio no filme. Também me cansou...
Outra coisa questionável é a força física e a sorte daqueles personagens. Correr por entre uma manada (?) de dinossauros e não ser pisoteado é muita sorte... Ter insetos gigantes agarrados ao seu corpo levando tiros e não ser atingido por nenhum também é... E se segurar naqueles cipós sem escorregar, às vezes tendo um "colega" agarrado em sua cintura??? Haja força!
Ah, irritante também, mas aí nao por um excesso do filme: a obsessão do diretor (personagem) em filmar sua história mesmo estando diante dos maiores perigos, colocando em risco sua equipe e pouco se importando com a segurança de sua atriz principal. Eu sei que jornalismo se faz assim, documentários de episódios importantes só existem porque algumas pessoas se propuseram a enfrentar tudo e ficar lá, registrando aqueles momentos - o que não era o caso. Mas da maneira como é retratado no filme (quanta ganância), realmente me irritou...
Mas Vívian... então você não gostou do filme! Não fosse ver um filme de ficção e aventura...
Bem, na verdade fiz o André prometer que o próximo filme vai ser bem meloso, daqueles que me façam sair do cinema suspirando. Mas eu gostei de algumas coisas do King Kong.
As cenas de Nova Iorque foram ótimas. Na verdade as cenas do King Kong foram ótimas. Ele é realmente o astro do filme. Conseguiram fazer com que ele tivesse um olhar... ai meu deus... humano.
Aí é que está. O personagem principal do filme é uma fera, mas com características humanas. Aquele monstro enorme tem humor, tédio, raiva. Na cena em que ele luta com os dinossauros vê-se perfeitamente um homem - essa cena representa para mim a dominação do homem sobre a natureza, sobre o que é antigo, ultrapassado, fora dos padrões. O King Kong ama aquela moça que se parece muito muito com a Nicole Kidman (imagine se ele conhecesse a Nicole), e quando está com ela é capaz de ser doce e terno. Ele só quer estar com ela, mais nada.
O King Kong poderia ser não um macaco gigante, mas qualquer pessoa marginalizada, à parte da cultura civilizada, do sistema...

18 janeiro 2006

Coragem!

Mais uma dessas frases que pulam aos nossos olhos, implorando para serem lidas porque têm a certeza de serem absolutamente úteis naquele exato momento. Especialmente dedicada ao meu amor...


"Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho ou amor, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho!"
Pablo Neruda

17 janeiro 2006

Um dia de testes...

Outro teste... Estou tentando colocar comentários neste blog, sem que o post vá para uma página diferente... Tentando!

Testículo...

Pequeno teste... não sei se do blogger ou da minha paciência...
Lá vai.

15 janeiro 2006

They spun a web for me

Por hoje é só...

TROUBLE
By: Coldplay


Oh no, I see
A spiderweb is tangled up with me
And I lost my head
And thought of all the stupid things I'd said
Oh no, what's this?
A spiderweb and I'm caught in the middle
So I turned to run
And thought of all the stupid things I'd done
And I never meant to cause you trouble
And I never never meant to do you wrong
Ah, well if I ever caused you trouble
Oh no, I never meant to do you harm
Oh no, I see
A spiderweb and it's me in the middle
So I twist and turn
But here am I in my little bubble
Singing and I never meant to cause you trouble
And I never meant to do you wrong
Ah, well if I ever caused you trouble
Oh no, I never meant to do you harm
They spun a web for me
They spun a web for me
They spun a web for me