23 fevereiro 2007

Alone






Hoje fiz uma coisa que vivo recomendando aos meus clientes e ainda não havia feito. Fui ao cinema sozinha. Apesar de ter aprendido nos últimos anos a fazer muitas coisas sozinha, diversão inclusive, sempre considerei que ir ao cinema sozinha deveria ser muito chato, pois não há com quem comentar a história, não há ombro pra encostar nos momentos emocionantes, não há companhia para o lanche ou chopp pós-cinema...


Então, sim: eu recomendava esse tipo de programa por avaliar - teoriamente - que seria um bom exercício de amor-próprio, de auto-estima, auto-tudo... Mas no fundo eu achava que seria inclusive auto-piedade (*já que ninguém me leva ou vai comigo ao cinema, serei obrigada eu mesma, pobre de mim, a ser minha companhia*)... Putz!


Mas hoje posso dizer: não há nada de estranho em ir ao cinema sozinha. Ninguém me olhou torto nem ficou procurando minha companhia. Nem eu! Me senti tão confortável que até assustei! Tirei as sandálias, coloquei os pés na poltrona, exatamente como faço em casa. Deselegante? Não. Aconchegante. E aconchego era tudo o que eu precisava hoje.


Foi interessante vivenciar o que venho tentado me convencer nos últimos tempos: eu posso ser minha própria fonte de aconchego e carinho.


E para fechar com chave de ouro minha tarde *eu mereço*, passei na livraria e comprei 4 livros... 1 técnico (Estratégias cognitivo-comportamentais de intervenções em situações de crise) e outros 3 da coleção Terapia, que eu simplesmente amo! Vim no ônibus lendo o Terapia da Aceitação. Tenho certeza que a autora o escreveu pensando em mim. O livro apresenta uma série de afirmações, uma em cada página. A primeira é esta:


"Aceitar não significa sucumbir ou desistir. Aceitar significa oferecer tudo - suas esperanças, suas tristezas, suas preocupações - a Deus."


Eu precisava ler isso hoje...

13 fevereiro 2007

Alheia?



Há dias venho ensaiando um novo post, pois faz tempo que não dou sinal de vida neste blog... E pensando agora, chego à conclusão que não tenho postado por dois motivos, que na verdade formam um só: não tenho tido tempo pra pensar na minha vida; tenho pensado (e vivido) a vida dos outros.

Vivi fofoqueira agora??? Nada disso... Vivi psicóloga em tempo quase integral. Graças ao bom Papai do Céu meu consultório vai bem, obrigada, meu trabalho na clínica está ótimo, está tudo correndo (e como corre) bem. Então acontece que minha vida pessoal está meio suspensa...

Suspensa temporariamente, claro. Enquanto não posso estar ao lado do homem que eu amo vou vivendo pelo meu trabalho, isso me preenche também.

Além disso, vejo esta fase da minha vida como uma fase de plantio, uma fase totalmente nova, de começo de um novo ciclo. E uma fase de espera, de paciência.

Aliás, não sei se já coloquei isso aqui, mas 2007 será um ano de muita paciência para mim. Será não, já está sendo. Afinal, estamos na metade de fevereiro, já. Alguém já se deu conta de quão rápido está passando o tempo? Acho ótima essa minha sensação de tempus fugit. Ela me mostra que estou vivendo, que estou ocupada, fazendo alguma coisa, e não me torturando com minha ansiedade. Ansiedade é viver olhando pra frente, e sofrendo com o que vê - ou não vê. Não quero ficar olhando pra frente. Não muito pra frente. Quero olhar agora, para meus próximos passos, para o que está ao meu alcance. O depois eu vejo outra hora...