27 maio 2007

Reminiscências



Remexendo em coisas antigas (e muito atuais), encontrei esse poema... Preciso voltar a poetizar!
Sol
Dia chuvoso
Música distante
Data melancólica
A cor do vestido
Meticulosamente escolhida
O faz presente
(O melhor presente)
Afasta as nuvens
Traz o sol
O ar puro
A vida
Assim é você...
Céu azul na minha vida nublada
Vívian Marchezini – Belo Horizonte, 04 de Janeiro de 2005.

13 maio 2007

Os meus, os seus, os nossos



Nesta última semana tenho pensado bastante a respeito de uma habilidade que o terapeuta deve ter: a habilidade de ser empático aos sentimentos de seu cliente, sem no entanto misturá-los aos seus próprios. Diria que isso é mais que uma habilidade, é uma arte. Porque é difícil pra caramba... Até falei com minha mãe que faria um curso de Ciências Contábeis, pois deve ser mais fácil mexer com o dinheiro dos outros do que com os problemas dos outros. Bem, quem me conhece sabe que eu não trocaria de curso ou profissão (ainda mais se ela envolve números!).
Nesse processo de se preocupar tanto com o bem estar do outro é muito fácil o terapeuta se esquecer de si mesmo. É normal perder o sono de madrugada e ficar pensando: "como eu posso fazer para ajudar o fulano, ou o sicrano? E com o beltrano, o que eu posso fazer?"??? Eu acho que não...
E então outro dia minha chefe lançou essa: "essa sua preocupação vai acabar quando você perceber que não pode resolver todos os problemas do mundo!". Minha arrogância estampada na minha cara... Minha dificuldade de lidar com frustrações, fracassos, perdas aparecendo em cada fio dos meus cabelos ruivos desbotados - até nos poucos brancos. E a frase da doutora está ecoando até agora nos meus ouvidos, esses que ouvem tanto as queixas dos outros e não têm muito tempo para ouvir as minhas...

Imagem: "Mulher no espelho", Pablo Picasso