23 fevereiro 2008

Vida nova. De novo!



Ô vida cigana, essa minha!

Quando tudo parece acertado, estável, calmo, algo acontece (ou eu "aconteço" algo) que vira tudo de cabeça pra baixo de novo. 180 graus! Começo a achar que sou mesmo arientina, aquela que não suporta rotinas, que precisa da conquista, do pioneirismo!

Voltei a viver na estrada, a dormir num colchão no chão e a ter malas abertas no quarto, prontas para uma viagem a qualquer momento. Estou morando em Montes Claros. Quer dizer, só uma parte da semana! Nos outros dias volto para BH.

Uma nova cidade, novas pessoas, um novo papel: o de professora num curso de psicologia.

Gosto desse desafio. Melhor: gosto de desafios. Neste, terei que me aprimorar na teoria da Análise do Comportamento e na arte de dar aulas, de instigar a reflexão e promover a construção do conhecimento. É uma enorme responsabilidade participar na formação de novos psicólogos!

Que bom ter passado por tudo o que passei nos últimos anos! Eles me tornaram mais gente, mais profissional, mais Vívian.

E que venham as novas experiências, as novas aprendizagens, os novos apertos, os novos sabores e dissabores que tudo o que é novo proporciona!

06 fevereiro 2008

Humana



Eventualmente falo por aqui sobre uma habilidade necessária ao psicólogo, a empatia. A empatia é, para mim, a habilidade mais humana do psicólogo (ou humanizadora, ou até sobre-humana), pois envolve colocar-se no lugar do outro e aproximar-se do que o outro sente, a fim de compreendê-lo.

No entanto, nos últimos dias me deparei com uma situação diferente e muito incômoda. Estava diante da necessidade de desconsiderar meus próprios sentimentos em dada circunstância, em nome da empatia e do tratamento alheio.

Confesso ter me sentido violentada, ferida, sem vez. Em nome do outro, tive que passar por cima do que sentia e tentar compreender porque ele agia daquela maneira agressiva. Esquecer que aquilo me machucava, e me esforçar para perceber que aqueles comportamentos eram direcionados a mim, mas não tinham a minha pessoa como causa verdadeira.

Fiquei estraçalhada.

Busquei acolhimento e conforto em fonte segura. Psicólogos também precisam ser acolhidos. Parece batido, mas vi que ainda preciso repetir, como um mantra: psicólogo também é gente!