27 setembro 2008

Sedução literária




Em minha fantasia os livros criam diversas situações para serem lidos. Colocam-se mais à frente nas estantes, empurram os adversários, jogam-se (quem sabe assim, no chão, conseguem ser tocados por seus leitores em potencial). Penso que alguns até falam... quantas vezes tive a estranha sensação de ter ouvido meu nome, bem baixinho, sussurado ao pé do ouvido ao passar por determinada estante na livraria!

Conseguem ser lidas aquelas obras que dão conta de identificar e se adequar às necessidades do possível leitor naquele momento, como fazem místicos charlatães que identificam sinais e dizem exatamente o que a pessoa - vulnerável - quer ouvir: humor, romance, tragédia, lirismo, longas descrições, falas curtas e diretas, explicações técnicas.

Sou particularmente sensível aos argumentos iniciais dos livros nas estantes - tanto as de minha casa, como as das diversas livrarias que insisto freqüentar. Volúvel, me rendo à sedução de vários livros, sustentando por muitas vezes relações múltiplas, por outras vezes trocando de livro antes mesmo de terminar a história com a qual me envolvera mais recentemente.

Confesso aqui que aconteceu de novo. Vinha tentando ler As Ondas, de Virgínia Woolf há uns dois meses, desde que terminei As intermitências da morte, de José Saramago. Mesmo tendo cedido às investidas de Woolf, não dei conta de manter a relação. Não é de suas palavras que preciso agora. Meu tempo não é de melancolia.

Exatamente por isso minha mais nova paixão (reincidente, notem) é Saramago, dessa vez com O Homem Duplicado. Ele me prometeu humor fino e reflexão. Vamos ver o que consegue me proporcionar de fato.

Enquanto isso, vou seguindo também com Can you keep a secret, Álvaro de Campos, Carpinejar, Rubem Alves... relacionamentos esporádicos, intensos, mas não necessariamente duradouros! E está ótimo assim!


PS: Pesquisando durante a redação do post encontrei esta coluna bem interessante sobre o estilo de Saramago. Confiram!

Imagem: Flickr

24 setembro 2008

Pieces of happiness



Escrevi isso em outro lugar, como votos de aniversário. Mas achei que ficou tão legal e expressa tão bem o que faz feliz esse tal aniversariante que decidi colocar aqui também. Espero que ele tenha gostado também! Segue lá...


Desejo a você
Cafunés inesquecíveis
Latidos carinhosos
Farinha láctea
Feijão novinho
Café com leite e pão com manteiga
Algumas notas maccartianas
Outras tantas palavras "lennianas"
Sabedorias de pai
Carinho de mãe
Fórmula 1 fraterna
Ar condicionado
"Meninas" felizes e lindas
Aquele 68
Batidas perfeitas
Queijo branco com açaí
A paz da realização pessoal

Vívian Marchezini Cunha - 24 de setembro de 2008 - Montes Claros
Imagem: By Me! Arquivo pessoal

23 setembro 2008

Livro velho

To the one I (still, or forever will?) love.
O amor não termina - esquece de começar. Não explicar é decorar. O amor que não esqueço é justamente o que não sei os motivos do seu fim. O amor que permanece é aquele que não sei como começou.
Procuro o que não tem lugar.
Trecho de Chaleira do Mar. Em Carpinejar (2006), O amor esquece de começar: Crônicas.

16 setembro 2008

Saber onde

Para a amiga Fla
Ah, não estar parado nem a andar,
Não estar deitado nem de pé,
Nem acordado nem a dormir,
Nem aqui nem noutro ponto qualquer,
Resolver a equação desta inquietação prolixa,
Saber onde estar para poder estar em toda parte,
Saber onde deitar-me para estar passeando por todas as
ruas,
Saber onde

Trecho de Passagem das Horas, 1929. Fernando Pessoa, em Poemas de Álvaro de Campos, Obras poéticas IV.

12 setembro 2008

Better

O velho remédio funcionou.
Me vesti de atleta e fui dar uma voltinha na Lagoa da Pampulha.
Quarenta e cinco minutos de um trotezinho revigorante.
Viva o repertório ampliado!

Dia estranho



Menos atividades que o comum, menos energia que o habitual.

Vou dar um jeito nisso agora mesmo.

Até logo!
Imagem: Lazy Ninica, Deoris Sartrkin (2008)

06 setembro 2008

Mais próxima do centro



Tenho andado sem assunto para o blog. Pensando muito na minha vida, no aspecto profissional principalmente, fazendo planos e buscando mudar alguns comportamentos que podem me atrapalhar a realizar tais planos.


Há uma semana cheguei do congresso de Análise do Comportamento, em Campinas. Voltei cheia de idéias, de planos, de vontade de me dedicar ao meu aprimoramento. Esses congressos sempre geram esse efeito em mim. Costumo ir exatamente por conta dele!


Por outro lado - mas não oposto - voltei feliz também por ter reencontrado amigos, conhecido pessoas que sempre quis conhecer, por ter revisto meu orientador (senti um medo danado!), por me sentir parte de um grupo.


É bom perceber que estou amadurecendo profissionalmente, que meu artigo não é mais tão aversivo pra mim e que finalmente vou conseguir terminá-lo, que novos trabalhos estão sendo bem recebidos pela comunidade.


Já não sou aquela menina deslumbrada do primeiro congresso, nem a sonhadora do segundo, tampouco a desesperançada do terceiro. Me sinto mais séria, mais serena, bem menos ansiosa. Que bom!


Imagem: Flickr