25 agosto 2008

Univers(al)idade?



Mais uma vez com raiva, mas desta vez resolvi protestar um pouco mais adiante, além das paredes da minha casa!

Fui à UFMG hoje, universidade da qual sou ex-aluna, consultar umas obras na biblioteca. Qual não foi minha surpresa quando os funcionários se negaram a me emprestar a dissertação (que tinha o que eu precisava para o exercício da profissão para a qual me preparei - lá) até mesmo na modalidade de empréstimo rápido - por algumas horas.

Isso me revolta! Quando questionei com a bibliotecária a função de disseminação de conhecimento (que eu julgava ser própria da universidade e, mais ainda, da biblioteca), ela me responde com a cara mais lavada: "o conhecimento é disseminado, mas entre o nosso público".

Então meus pais passam a vida pagando impostos, eu pago impostos, eu estudei na universidade e agora simplesmente não sou mais "o público" da universidade! Não tenho acesso ao conhecimento que eles guardam lá.

É o conhecimento privatizado, não tornado público, como deveria ser.

Daí eu pergunto: isso não é absolutamente contrário e impeditivo à prática do estudo constante, do aprimoramento do profissional, de tudo aquilo que a universidade deveria prezar e propiciar???

E aí, o profissional deve emburrecer só porque saiu da universidade? Devemos estar constantemente vinculados a uma universidade para ter acesso ao conhecimento que ela produz? E como? Tem vaga pra todo mundo na universidade? Eu vou ter que fazer um doutorado ou um outro curso superior - e custar mais aos cofres públicos - para ter acesso às obras que a universidade "guarda" tão bem?

O que há de universal aí? De agregador das diversidades?

Não consigo classificar essa política. Segregadora, elitista, emburrecedora, mantenedora de uma ordem social perversa.

Imagem: Flickr

19 agosto 2008

Miss Imperfeita ou Do tempo que não volta



Desde ontem venho pensando insistentemente no meu tempo. No que tenho agora e no que passou - e não volta.

Minha insatisfação com o tempo - a falta dele, o desperdício dele - está intimamente ligada à minha necessidade de perceber-me perfeita. Isso não é novidade.

Sei que para chegar minimamente perto do que eu gostaria de ser, eu precisaria usar meu tempo de maneira muito mais inteligente, muito melhor. Estudaria muito mais, por exemplo. Me dedicaria muito mais ao preparo do meu trabalho. Resolveria pendências que me acompanham há bastante tempo.
Mas teria também que reservar um tempo para ler o-que-não-é-técnico-mas-me-acrescenta, para ver um filme bacana, para prestar atenção na letra da música nova do Coldplay, ou naquela antiga do Paul, para observar as pessoas, para cultivar as relações, para fazer novas.

Teria que ter um tempo para minha atividade física - é ótimo pra alma e atua contra a lei da gravidade.

Teria que ter um tempo para saborear os alimentos, e comer aqueles que prestam, não aqueles que ficam prontos em três minutos mas tiram um ano de sua vida a cada porção.

Por outro lado, para conseguir fazer tudo isso teria que ler menos blogs. Não entraria mais aqui. Iria para o trabalho sem observar o caminho que estou fazendo e aquela namoradeira nova na janela da vizinha ou as flores amarelas do ipê que fazem da rua um belo tapete.
Entraria menos no orkut, leria menos mensagens encaminhadas (Fw:, En:) cheias de powerpoints - talvez essa parte fosse boa.

De acordo com a lógica, e com meio mundo de colegas terapeutas, melhor seria me contentar com meu lugar de pobre-mortal-imperfeita. Culpa zero, diria o tal texto supostamente escrito por Martha Medeiros. Dos males, o menor.

Confesso que ainda não consigo. Soa arrogante isso...

Quando penso na oportunidade que tive de viver exclusivamente para meu estudo, para conhecer tudo o que preciso e quero conhecer agora, não consigo não me arrepender por ter passado tanto tempo fazendo... nada. Por não ter aprendido tudo que meu mestre poderia ter me ensinado se eu simplesmente tivesse me comportado para isso, dado o primeiro passo. Por me conformar com uma rotina indisciplinada e com reforços parcos somente ao final do intervalo.

Chego a pensar na idéia de fazer de novo. Que bobagem, não será igual. Não apagará o que passou, não reconstruirá o que ficou pendente lá atrás.

Agora.
Agora.
Agora.


Imagem: Pablo Picasso - Woman with a flower, 1932

16 agosto 2008

Clarice




Clarice venceu. Dos nove votos na enquete, cinco foram dela.

Serão para Clarice nossa atenção, olhos e alma nos próximos meses.

"Ler Clarice é viver em permanente estado de paixão." (Teresa Montero)

Já gostei!

14 agosto 2008

Enquanto isso...

Coisa mais linda que encontrei no pé da página da Isadora. Rosa, pelo visto...

Lição de Riobaldo: "O senhor... Mire e veja: o mais importante o bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. E, outra coisa: o diabo, é às brutas; mas Deus é traiçoeiro! Ah, uma beleza de traiçoeiro - dá gosto. A força dele, quando quer - moço! - me dá o medo de pavor! Deus vem vindo: ninguém não vê. Ele faz é na lei do mansinho - assim é o milagre!"

Nada não...



Faltando inspiração... Ou avaliando se a idéia que tive deve ser publicada...
Imagem: Edward Hopper, Automat, 1927

03 agosto 2008

De volta à vida real


Vamos lá!
Vale contar até três, fazer o sinal da cruz e até dar um grito, como quando a gente faz antes de pular na água gelada! No início dói, depois fica gostoso e a gente até chama outras pessoas pra pular também...

"Vem que tá uma delícia!"

Imagem: Flickr