13 julho 2007

Balanço


Esta semana completou um ano que voltei para BH.
Para mim essa não é uma data exatamente digna de comemoração, uma vez que marca principalmente o distanciamento físico entre o homem que amo e eu. Isso ainda dói, pois outros distanciamentos (piores que o físico) ocorreram de lá pra cá.
Julho marca então um certo retrocesso em minha vida pessoal. Voltei a morar com meus pais, voltei a ter que negociar coisas com meus irmãos, brigar, seguir regras que não as minhas... ser menos independente, ter menos espaço. Voltei a me sentir sozinha, carente, mesmo com a casa cheia de gente (aff!).
No entanto devo admitir que cresci sob alguns aspectos desde a minha mudança. Comecei a trabalhar em algo que realmente me gratifica, per si, tenho aprendido demais (psicologia, psicoterapia, psicopatologia), conheci pessoas novas, comecei a construir meu patrimônio (que agora é um pouco mais do que roupas e livros... tenho um computador!), perdi meu medo de dirigir, meu cabelo está crescendo... hehehe. Claro, a convivência com a Clara sempre me faz crescer. E me faz querer ser mãe, o que não é bom agora...
Tenho buscado me compreender mais, estar mais atenta a mim mesma, aos meus sentimentos, ao que gosto, ao que não gosto... continuo querendo a mesma coisa, ou a mesma pessoa, mesmo sob protesto de alguns. Isso ainda não consegui mudar, mesmo sabendo que eu preciso.

Essa semana um paciente me contou um sonho interessante: ele estava numa jaula, preso, numa situação bem aversiva. Ele estava com a chave na mão, mas não encontrava a fechadura...
Imagem: Femme tenant un livre, Pablo Picasso, 1932

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