Outro dia me deparei com uma imagem curiosa: uma parreira em plena rua Vanderlei, no bairro de Perdizes, São Paulo.
No charmoso bairro da maior cidade da América Latina, bravas uvas - verdes, novas, lindas - sobreviviam tal como se estivessem num parreiral em Toscana. Próximas ao ponto de táxi, observavam serenas a agitação de paulistanos e forasteiros num sábado que deveria ser tranqüilo.
Certamente se assustaram com o clique da pretensa câmera e com o sorriso de quem encontrou um tesouro, um elemento bucólico na cidade-formigueiro.
Belas uvas! Que lhes seja dada a oportunidade de amadurecer antes de serem exterminadas pelas frenéticas formigas cortadeiras!
2 comentários:
Senti saudades do palavras ao vento...e passei por aqui.
Encontrei esse relato das uvas. De fato é preciso descobrir a luz que provem da demora do olhar como disse M Foucaut. ("O sólido, o obscuro, a densidade das coisas encerrada em si próprias têm poderes de verdade que não provem da luz, mas da lentidão do olhar.)
Um beijo,
Dauri
Dauri,
que bom que você voltou!
Posso dizer que a lentidão do olhar é uma virtude que tenho. Procuro preservá-la, e acabei encontrando a escrita como uma meneira de manter essa lentidão ativa!
Um beijo!
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