Eventualmente falo por aqui sobre uma habilidade necessária ao psicólogo, a empatia. A empatia é, para mim, a habilidade mais humana do psicólogo (ou humanizadora, ou até sobre-humana), pois envolve colocar-se no lugar do outro e aproximar-se do que o outro sente, a fim de compreendê-lo.
No entanto, nos últimos dias me deparei com uma situação diferente e muito incômoda. Estava diante da necessidade de desconsiderar meus próprios sentimentos em dada circunstância, em nome da empatia e do tratamento alheio.
Confesso ter me sentido violentada, ferida, sem vez. Em nome do outro, tive que passar por cima do que sentia e tentar compreender porque ele agia daquela maneira agressiva. Esquecer que aquilo me machucava, e me esforçar para perceber que aqueles comportamentos eram direcionados a mim, mas não tinham a minha pessoa como causa verdadeira.
Fiquei estraçalhada.
Busquei acolhimento e conforto em fonte segura. Psicólogos também precisam ser acolhidos. Parece batido, mas vi que ainda preciso repetir, como um mantra: psicólogo também é gente!
2 comentários:
é bom vc dizer isso, assim as pessoas quebram um pouco aquela coisa de que psicólogo não sofre...ou não tem fraquezas.
Um abraço
Bonito texto!
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