Últimas horas em Montes Claros.
A semana que está acabando foi intensa. Mais viagens que de costume, mais emoções que as rotineiras, muitas, muitas coisas a serem resolvidas para que a casa esteja arrumada para o próximo morador e para que a próxima morada seja ao menos vislumbrada com um pouco menos de incertezas.
Vinha caminhando pela cidade esta manhã - como caminhei hoje! - pensando no que seria inesquecível pra mim desta cidade, no que me faria fechar os olhos, suspirar e dizer "que saudade de...". Algo que fosse como o rio com ondas, o açaí de verdade ou o sorvete Cairu, que só encontro em Belém. Ou que fosse como a cerveja mega gelada sob o sol forte das 11h e o céu super azul que invariavelmente faz em Morro Vermelho. Ou o paredão que envolve Tiradentes e a combinação perfeita de mar, sol e vento do Rio de Janeiro.
Confesso que não encontrei nada de físico que pudesse exercer a função de estímulo super discriminativo para respostas de saudades de Montes Claros. Não porque não haja nada de bom aqui. Há com certeza, mas entre as coisas típicas nada me fisgou sobremaneira. Nem a carne de sol (que não gostava muito quando comia carne, agora menos ainda), nem o pequi. O feijão andu talvez seja o candidato mais forte! (é muito gostoso! Estando em Montes Claros, experimentem)
O fato é que o que vai ficar em meu coração, em minha história, e que sempre vai suscitar sentimentos de saudade e de querer bem são as pessoas! Os momentos que passei com elas, as risadas, as confidências, as discussões teóricas e acerca do fazer do psicólogo e do professor, as conversas jogadas fora, sobre nada, tão necessárias num dia-a-dia cheio de atividades muitas vezes estressantes.
Colegas, alunos, clientes, companheiros de prédio: cresci tanto com eles que não posso, de maneira alguma, dizer que sou a mesma pessoa depois desses dezoito meses por aqui. E apesar das minhas queixas com relação à cidade, sou toda elogios e agradecimentos às pessoas que me cercaram todo esse tempo.
Seria injusto destacar aqui pessoas ou ações significativas para mim, pois corro o sério risco de não abarcar todos. Mas cada momento está guardado, não em fotos, mas na minha história. E se está na minha história, está em mim.
Para sempre.
Imagem: Camila Botelho
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