28 dezembro 2010

De lá até aqui

Imagem retirada deste blog

2010 começou com uma decisão. Só começaria assim. Não havia mais tempo para não-seis, quem-sabes, esperos. Encararia qualquer decisão, desde que tivesse esse caráter. Era necessário direcionamento. E a direção dada foi a do coração, do caminhar junto, para sempre (?).
Mas nem todas as decisões (ou quase nenhuma) dependem exclusivamente daqueles diretamente envolvidos. E outros aspectos - importantes, e juntos, mais fortes - fizeram com que a decisão fosse revogada.
Vinte e quatro horas de lágrimas naquele que estava marcado para ser o dia mais feliz de sua vida. Uma Macondo emocional: chuva e solidão eternas.
Alta produtividade para preencher o vazio que o grande amor lhe deixara: o trabalho era seu maior recurso naquele momento. Permitiu-se também ser salva por forasteiros de passagem, que assim como vieram - de modo absolutamente inusitado - se foram. Bem que dizem que algo só dura o tempo de sua utilidade ou missão. Assim foi.
Foi aos poucos entrando em contato com alguém que vinha evitando há anos, num paradoxo: descobrira que a melhor maneira de fazer com que seus pensamentos parassem era exatamente dar-lhes vazão. A liberdade acalma. E sua própria companhia, antes tão amedrontadora por não saber exatamente quem era, agora era a melhor de todas, imprescindível.
Teme ter somente sua própria companhia pelo resto da vida. Teme ser insuficiente para si mesma. Teme também se perder novamente caso encontre outra pessoa. Mas aprendeu - não neste ano, mas cumulativamente ao longo desses trinta e um - que o medo é só mais um sentimento.
Feliz 2011!

Um comentário:

Anônimo disse...

Tudo é passageiro, parece ser a verdade que aprendes a duras penas. Tão pouco é algo que tenha que te preocupares por hora. Pareces esperar que o encejo latejante se cure num passe de mágica e que então possas ser livre de novo, para acertar ou errar a teu gosto. És moça altiva, de serenidade aparente que esconde toda a erupção de amor que te queima por dentro. Eu, um passageiro andante, talvez forasteiro inútil, que se encantou com o que escreves, com o que sonha e até, mas perigosamente, com o que desejas.

Sinceramente queria não ter medos e anseios tão parecidos com o seu.
Mas que venha 2011 e com ele os nossos e esperanças. E que afinal não sejam falidos.

Posso dizer-te que adoro a tua essência. E o que há de mais importante pra admirar?

leometafora@hotmail.com

Talvez um dia aceites, ou não!