Pensando sobre o tal vazio cíclico contra o qual já devo ter estratégias...
Talvez esse vazio volte nos momentos em que percebo mais claramente que não estou vivendo a vida que gostaria, uma vida até possível, mas cuja ocorrência não depende exclusivamente de mim. Embora seja geralmente rotulada como calma e paciente, me percebo cada vez mais impaciente com situações que me dizem respeito, mas sobre as quais não tenho controle.
Neste momento minha vida afetiva está um caos. Logo ela, que eu considerava tão tranqüila até 15 dias atrás. De fato, nada mudou. Simbolicamente, muita coisa está diferente. Está ainda mais claro que meu desejo não é solitário. Estou ainda mais nas mãos do outro.
Odeio me sentir dependente assim. Vivo dizendo que a felicidade é não depender de ninguém, mas não consigo (não agora) não esperar que o outro se decida e venha me fazer feliz. Não consigo (não agora) ser feliz sem ele. Não consigo não temer que ele leia essas palavras e fuja com medo da responsabilidade - não é tarefa fácil ser responsável pela felicidade de alguém.
E então cada pequena dependência minha (ou dos outros para comigo) acaba me irritando: não poder escolher a hora de malhar porque minha mãe já estabeleceu planos para minha estada em casa, ter que dar satisfação sobre o que fui fazer na rua quando na verdade eu nem queria ver a cara de ninguém, ter que aturar desaforo e burrice dos outros, ter que aturar a cara de "você não me ama mais" se me recuso a fazer alguma coisa, ter que ir, ter que voltar...
Talvez eu esteja querendo viver sob o princípio do prazer e esteja recusando o corte, o "nome do pai"... Talvez eu esteja insensível aos reforçadores presentes e demasiado sensível às privações que vigoram em minha vida há tempos... Talvez seja serotonina faltando. Ou então uma bela palmada, como diriam as avós de antigamente. TPM não é, ou serei uma aberração da natureza. Talvez seja, de fato, a falta do outro: solidão cansa.
Mas, como um bebê chorão, não me canso de esgüelar: eu quero minha serenidade de volta!!! No mínimo...
5 comentários:
Vivi...
estamos juntas em praticamente todas as irritações que você listou. Identificação total. Que susto.. rs
Cansa mesmo!
Estou do seu lado, querida!
beijos
E não é isso mesmo a vida?!?
O lado bom é que a gente se acostuma com essa tal de "condição humana" e, por incrível que pareça, passa a tirar proveito dela.
Tudo na vida tem proveito. Inclusive a irritação. E não estou falando isto para irritar, estou falando porque acredito profundamente nisto.
Fique com Deus, Vivi!
E bom proveito!!!
Carminha,
a irritação me mostra meus limites... talvez aí esteja meu incômodo! Hehehehe! Ainda não sei bem como aproveitar isso, a não ser pela via da aceitação desses limites, o que está meio distante de mim neste momento. Mas eu acredito que consigo chegar lá. (Ficar com Deus é um excelente caminho...)
Até me queixar da minha irritação me incomda, sabe? Mas eu tava precisando muito falar...
Um beijo
Anna,
caminhando! Vamos firmes...
Beijo!
Ai Vivi, fiquei angustiada com o teu post "mais sobre o vazio". Senti em mim a tua aflição e fiquei pensando se poderia te ajudar, mas não, não posso, as tuas necessidades e esperanças, para mim, são viáveis e palpáveis, mas penso que muitas "certezas absolutas" precisam ficar mais claras para que decisões sejam tomadas. Sabes da minha torcida, não é? Mas fica bem, minha querida, como diziam os antigos (será que eu já sou?): O que tem de ser será!
Um beijo carinhoso e um abraço apertadinho.
Norminha,
também penso que algumas certezas precisam ser construídas, ou identificadas. Mas elas não estão nas minhas mãos.
Eu estou agora muito mais tranquila do que quando escrevi esse post. Estou me aproximando das minhas certezas.
Obrigada pela torcida de sempre e pela empatia, minha amiga!
E como diz Carmen: Deus é mais...
Beijos
Postar um comentário