18 julho 2007

Prosa poética




Ontem proporcionei a mim mesma um carinho: saí do trabalho e fui para o Palácio das Artes, assistir ao Carpinejar no Sempre um Papo! Desde a semana passada ouvi o rádio o anúncio sobre a presença do meu poeta-amigo em Belo Horizonte - e de graça!!! E então prometi a mim mesma: eu vou!

Foi um ótimo programa. Ouvir o Carpinejar recitando seus poemas, dando ainda mais vida às suas palavras já cheias de emoção, de sentimentos, de força, de leveza! Ver o poeta, o artista, mais uma vez expondo sua vida pessoal, seu cotidiano, de uma maneira absolutamente autêntica e poética, muito diferente daqueles artistas que abrem seus mega-apartamentos para a Caras, tão artificiais, tão controlados pelo mercado.

O que eu mais admiro no Carpinejar e na obra dele é sua capacidade de poetizar o cotidiano, de escancarar os sentimentos de maneira clara. Tão clara que a mim é quase como um espelho. Sinto quase tudo o que ele escreve, e em muitos momentos parece-me que ele se sentou comigo, bateu um longo papo, e logo em seguida foi escrever. Escrever sobre meus sentimentos.

A partir da fala do Carpinejar, ontem, pensei algumas coisas... Ele deu a seus dentes tortos a função de infantilizador de si mesmo (acho que isso foi um neologismo meu), uma característica física sua que o mantém com ares de criança... Comecei a repensar os meus dentes tortos, a re-significá-los. Gosto do meu ar infantil, do meu jeito menina ingênua - mulher vivida. Pensarei...

Outra coisa que me chamou a atenção foi a fala do Carpinejar sobre a visão subjetiva do poeta. "A realidade passa por mim, por você. O poeta só faz poesia daquilo que o toca". E então corroborou minha postura neste blog, que é de escrever sobre o mundo a partir do meu olhar, mesmo que esse mundo seja o meu, privado. Não me sentia obrigada a escrever grandes observações a respeito dos outros, de eventos políticos, economia, etc... agora sinto-me ainda menos.

Viva meus sentimentos... Neste momento, são eles que importam!

Obs.: eu ia colocar aqui a foto que eu tirei com o Carpinejar, mas meu celular se juntou com o computador contra mim... Fica pra outra vez! No lugar, coloquei essa janela...

Um comentário:

Kelli Cardoso disse...

Ah!
Como seria bom, poder fazer programas sempre, nós fazem tão bem....