
Mais uma vez com raiva, mas desta vez resolvi protestar um pouco mais adiante, além das paredes da minha casa!
Fui à UFMG hoje, universidade da qual sou ex-aluna, consultar umas obras na biblioteca. Qual não foi minha surpresa quando os funcionários se negaram a me emprestar a dissertação (que tinha o que eu precisava para o exercício da profissão para a qual me preparei - lá) até mesmo na modalidade de empréstimo rápido - por algumas horas.
Isso me revolta! Quando questionei com a bibliotecária a função de disseminação de conhecimento (que eu julgava ser própria da universidade e, mais ainda, da biblioteca), ela me responde com a cara mais lavada: "o conhecimento é disseminado, mas entre o nosso público".
Então meus pais passam a vida pagando impostos, eu pago impostos, eu estudei na universidade e agora simplesmente não sou mais "o público" da universidade! Não tenho acesso ao conhecimento que eles guardam lá.
É o conhecimento privatizado, não tornado público, como deveria ser.
Daí eu pergunto: isso não é absolutamente contrário e impeditivo à prática do estudo constante, do aprimoramento do profissional, de tudo aquilo que a universidade deveria prezar e propiciar???
E aí, o profissional deve emburrecer só porque saiu da universidade? Devemos estar constantemente vinculados a uma universidade para ter acesso ao conhecimento que ela produz? E como? Tem vaga pra todo mundo na universidade? Eu vou ter que fazer um doutorado ou um outro curso superior - e custar mais aos cofres públicos - para ter acesso às obras que a universidade "guarda" tão bem?
O que há de universal aí? De agregador das diversidades?
Não consigo classificar essa política. Segregadora, elitista, emburrecedora, mantenedora de uma ordem social perversa.
Imagem: Flickr