09 dezembro 2011

Impermanência

Dois lados - Arquivo pessoal

Notícias de morte e de gravidez sempre me impressionam, especialmente quando as recebo numa mesma semana. São, ao meu ver, expressões das mais concretas para a noções de impermanência e de renovação. E em algumas situações, como a mais recente, expressam também a incontrolabilidade dos eventos.
Falecer em decorrência de uma doença não diagnosticada, tendo passado anos tratando de outra - e estando bem perto da cura. Engravidar após anos de tratamentos mal sucedidos e numa condição de ínfimas possibilidades.
De imediato tendemos a atribuir os eventos a Deus. Talvez a explicação mais plausível que encontramos... Ou então buscamos a ciência, que por mais avançada ainda não tem o domínio de tudo (talvez nunca venha a ter, em decorrência das mudanças constantes por que o mundo passa). Mas nos últimos tempos venho aprendendo a não buscar tantas explicações para as coisas da vida. Tenho aprendido a vivenciá-las, simplesmente. A tristeza pela perda, o maravilhamento pela novidade. Sinto-me mais serena assim, e mais viva, mais conectada no mundo.
Essa é uma condição construída num processo meu, de autoconhecimento, consciência de mim e do mundo. Psicoterapia, yoga, leituras, recolhimento, integração... tudo junto produzindo uma nova maneira de me ver e de ver o mundo. Meu grande desafio é aceitar, ou aguardar o processo do outro e não impor meu olhar mindfulness

Nenhum comentário: