02 fevereiro 2006

Poesia


Ontem comprei meu primeiro livro de poesias. É bem verdade que já havia comprado um certa vez (Álvares de Azevedo, para o vestibular... que eu adorava ler, por sinal!), mas agora comprei sem a obrigação de ler e ser testada. Ah, e como é bom ler algo sem essa obrigação... O conhecimento por puro prazer é maravilhoso! E como comprei também outros dois livros técnicos, me dei esse luxo...
Aliás, não encaixaria a poesia na categoria do "conhecimento". Poesia é sensibilidade, é oxigênio... Poetas são mais vivos que gente comum. Tenho um poeta em casa, e sei o quanto sua sensibilidade é real, concreta. E o quanto me encanta.
O livro que comprei é Para não dizer adeus, da Lya Luft (minha amiga íntima, pela afinidade de pensamentos, ainda que não saiba). Ainda não li todo - aprendi que o conhecimento por prazer é ainda mais prazeroso quando adquirido lentamente. No entanto um poema já me chamou atenção. E é esse que transcrevo aqui. Qualquer semelhança não é mera coincidência (o meu poeta particular diz que coincidências não existem... a Lya não é minha *amiga*?)!

AUTO-RETRATO

Alguém diz que sou bondosa:
está tão enganado que dá pena.
Alguém diz que sou severa,
e acho graça.
Não sou áspera nem amena:
estou na vida como o jardineiro
se entrega a cada rosa:
corte, sangue, dor e aroma,
para que a beleza fique na memória
quando a flor passa.

(Amar é lidar com os espinhos
de quem ama por inteiro:
com força, não com fraqueza.)

7 comentários:

Ita disse...

Vivian... que bom que você gostou do meu modesto texto!
Por sinal, adorei esse sobre poesia, Lya Luft é maravilhosa... suas idéias são fantásticas... Mas acho que o fato de sermos apreciadoras de poesia, sensiveis a ela... nos torna, em certo ponto, poetas também! Então, a sua casa há dois: vc e ele! Beijo aos dois!!!
Ps: Claro que pode colocar no link... por sinal, como faço para colocar link no meu????

Vivi disse...

Ita, não sei se sou... mas bem que eu gostaria de ser poeta também!
Links... você vai ter que mexer no código html do seu blog.
Vá em Modelo (lá nas configurações do seu blog) e fuce no *template*. Vá descendo até achar a palavra Link, e lá você escreve o endereço e como você quer que apareça no blog...
Hum... acho que sou melhor mostrando que explicando. Me liga pra gente fazer junto (nem que seja eu aqui e vc aí)
Beijos!

Anônimo disse...

Vc tem me emocionado e despertado minha veia escritora, pensadora da vida, do mundo, das pessoas... Acho que vou voltar a escrever, editar meus pensamentos, torná-los públicos.
Mas sobre o seu tema, acho que a idéia que cada um tem sobre amor (já diria o Emmanuel) sem dúvida nenhuma está de acordo com sua história. Pra mim, amar ñ envolve espinhos...

Vivi disse...

Mi, escreva sim! E me mostre...
Quantos aos espinhos, penso que estão em todas as formas de amor. Alguns amores têm mais ou menos espinhos. Um jardineiro experiente aprende a respeitar os espinhos do seu amor e a compreender porque eles estão ali...
Mas nós sabemos que tudo tem limite. E esse limite, realmente, é construído em nossa história.
Beijos...

Carmen disse...

Ontem comecei a escrever um comentário aqui e não sei por que cargas d'água parei no meio e depois não retomei. Poesia é tão essencial quanto ar e água. É essencial ao espírito, como a música. Por isso desejo que este livro seja o primeiro de muitos...

Sobre a coisa de lidar com os espinhos, acho bem verdade. Porque há sempre uma boa distância entre o que as pessoas são de verdade e o que gostaríamos que elas fossem. Teoricamente a gente deveria aceitar as pessoas como elas são, mas só conheço até hoje uma pessoa que conseguiu fazer isso de verdade. Acho que Ele dispensa apresentações.

Beijo.

Vivi disse...

É, Carminha... enquanto isso a gente vai tentando.

Augusto Galery disse...

Olá, Vivi!

Muito lírico seu blog! Eu e Ana adoramos! A Ana também ama Lya Luft!
Obrigado pela visita ao nosso blog.

Abraços,