13 janeiro 2008

Catarina

Ontem a Catarina se foi. Catarina era a minha Cocker caramelo, tinha quase 8 anos de idade. Nas contas do dr. Luiz ela tinha aproximadamente 70 anos humanos. Já era idosa, mas ainda jovem para morrer.
Recentemente a Cat recebeu o diagnóstico de leishmaniose. O médico explicou que a eutanásia era o procedimento mais utilizado, mas sugeriu que tentássemos o tratamento. Era caro, mas resolvemos encarar. Cada irmão pagou o quanto podia, compramos remédios, coleira anti-mosquito para evitar o contágio, diariamente a Graziela dava a vitamina que garantiria a saúde da "Amiga".
O curioso é que a leishmaniose reverteu. Cat ficou curada, bem dizer. Mas desenvolveu um problema na coluna, em duas vértebras cervicais, que estavam produzindo muita dor e poderiam, no futuro, trazer prejuízos motores e ainda mais dor. Agora a eutanásia era o melhor procedimento.
E então eu me lembrei do dia em que ganhei a Cat (dia dos namorados), quando olhei bem pra ela e vi que ela tinha cara de Catarina e aqueles olhinhos que pediam amor; lembrei de quando a levei para cortar o rabinho e depois morri de arrependimento, pois ela sentiu muita dor; lembrei de quando voltei a BH de férias e a Cat fez tanta festa pra mim que até fez xixi no chão; lembrei das vezes em que passei por ela, a vi balançando o rabinho e não parei pra fazer um afago...
Sinto um pouco de culpa, porque a Cat era minha, mas desde que fui para Belém não ligava muito pra ela. Não dei o carinho que ela merecia, a atenção que precisava (Cat era super carente), os cuidados aos quais ela se acostumara quando eu ainda era sua mãe.
Então penso, mais uma vez, no quanto precisamos expressar nossos sentimentos, dar carinho enquanto isso é possível. A última vez que estive com a Cat foi um momento de carinho, raro momento.
Alguns podem dizer que ela nem tinha noção do meu carinho ou da falta dele. Mas eu acho que tinha sim...
Adeus, minha filha. Sei que agora você não está sentindo dor, nem frio, nem carência...

3 comentários:

Jacinta Dantas disse...

Menina, as plantas, os animais...são seres que, de alguma forma, partilham de nossos sentimentos. Agora ela se foi e fica a saudade, até porque, ela é única na sua vida.
Um abraço
Jacinta

Vivi disse...

Realmente, Jacinta! A mangueira, agora a Catarina... Cada uma presente na minha vida a seu modo, singular. Foi um privilégio tê-las em minha vida.
Outro braço!

Theo G. Alves disse...

abençoados sejam os cães e seu amor generoso.