26 janeiro 2006

Crescendo


A Michele me emprestou o cd com a trilha sonora de Felicity. Estou ouvindo agora... Adoro esse seriado. Conta a história de uma garota que sai de sua cidade natal para estudar em Nova Iorque, na mesma faculdade do garoto por quem ela foi apaixonada no colégio, baseada apenas nas palavras que ele escreveu no seu livro de formatura.
A Felicity foi atrás da felicidade dela, do que ela achava ser o melhor pra sua vida. Apostou na mudança, apostou na possibilidade de ser feliz. Um milhão de coisas aconteceram, ela namorou o garoto, terminou, namorou de novo, conheceu um monte de gente, fez amigos de verdade, sofreu decepções, cresceu e se tornou mulher.
A possibilidade de ir em busca da minha felicidade, não importasse onde ela estivesse, sempre me atraiu muito. Desde muito nova eu falava em morar sozinha, em viajar, conhecer o mundo. Tinha a sensação de que Belo Horizonte era pequena pra mim, que ter apenas aquela vivência seria pouco. Saí. Como Felicity, conheci muita gente, fiz amigos de verdade, amei, sofri, chorei (como chorei!), aprendi muita coisa, desaprendi outras tantas, voltei. Tornei a sair, e desta vez tida como louca por todos que conheciam minha história...
Acredito que tomar decisões - e arcar com as conseqüências delas - é fundamental no processo de crescimento do indivíduo. Enquanto todos (ou quase todos) consideravam minha atitude de voltar a Belém como inconseqüente, baseada em parcas probabilidades de dar certo, eu tinha a certeza (ou talvez a tenha agora) de que naquele momento estava crescendo mais do que quando resolvi sair pela primeira vez. Porque desta vez eu estava me expondo efetivamente à possibilidade quebrar a cara, agindo com muito medo, mas agindo. Me entregando ao que poderia ser o grande amor da minha vida, sem ter certeza de nada, só de que é preciso tentar.
Então eu penso na Felicity, em mim, na Michele (nossa mais nova Felicity)... penso no quanto é difícil sair do seio da família, da cidade que a gente conhece como a palma da mão e ir em busca de uma nova vida. Penso no quanto isso muda completamente a noção que temos de vida, de dependência, de independência, de família, de amor, de saudade... No quanto isso tudo vale a pena.
A você, Mi, desejo muito crescimento em sua nova vida em São Paulo. Que ele ocorra de maneira muito fluida, muito madura...

Fotografia retirada de www.asminasgerais.com.br

7 comentários:

Carmen disse...
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Carmen disse...

Olha só, Supervívian: esse seu novo post me deu a chance de explicar este super que eu sempre acrescento ao seu nome. Pra mim, o tal super não é sinônimo de perfeição, mas sim de coragem para enfrentar as dificuldades e as incertezas da vida - que realmente é uma característica de pouquíssimos. Nunca te achei louca por isso. E digo mais: super, quando vem antes de Vívian, significa super viva, super disponível para as montanhas e vales da vida... quer coisa melhor?

Vivi disse...

Ah, Carminha, assim eu fico super encabulada! ;)

Anônimo disse...

Nooooossa!!!! Como conter o que se sente? Autocontrole... Que inutilidade nesse momento. Ou impossibilidade... Vc sabe o qto ir embora é difícil pra mim, né? E sabe tbm dos meus anseios por crescimento.Obrigada por absolutamente tudo em todos os momentos!

Anônimo disse...

Oi.. ja vi seu blog no orkut de muita gente q eu conheço e entrei (curiosaaa)...
Adorei esse texto em q vc fala da Felicity... pq to vivendo um momento assim, e me parece q vc tbm está!!
Acho q devemos nos sentir orgulhosas pela coragem de correr os riscos... eu me sinto!!!
Ah e adorei seus textos, nao li todos, mas pelos q li achei q c tem uma visão muito legal das coisas... :)
bjao

Vivi disse...

Oi, Elisa! Muito bem vinda!
Realmente correr riscos por algo que agente acredita é revigorante. E compensador, mesmo quando não dá certo!
Felicidades na sua nova vida. E venha sempre!
Um beijo!

Anônimo disse...

Oi Ví, entrei aqui e gostei muito do ví e lí mas sobre todas as coisas a maneira sincera e real como vc se descreve, no mais, para aqueles que realmente te conhecem desda da época que aqui chegou é bem claro que a verdeira Felicity é vc.
Beijo grande!