23 outubro 2007

(In)Constante


Chove.
O guarda chuva só protege a raiz dos cabelos desbotados.
Faz frio.
Nariz gelado.
O vento sopra forte.
Fios eriçados.
No momento seguinte o calor impõe o uso de roupas frescas e banho frio.
Nenhuma folha se move.
A beleza do céu azul machuca a retina.
Mãos ágeis, pernas pesadas.
Tudo em volta é efêmero, mutante, intenso.
Por dentro só duas coisas: o amor que não muda e a dúvida que persiste.
Melhor é ter o tempo como aliado.

Vívian Marchezini Cunha - 23 de outubro de 2007

Imagem: The Walk, Woman with a Parasol, Claude Monet 1875

3 comentários:

Anônimo disse...

Que boniteza de palavras! Pelo visto, a poesia beija os ares daí também!

Boa semana, Vivi!

Um tanto de mim disse...

Vivinha,
seu livro do Picasso ficou aqui.
E esse tempo anda um bocado intenso, não?
E a alma? Também?! ;)

p.s.: Acho que você iria gostar da Persistência da memória do Dali. Principalmente nesses dias quentes, abafados, sem vento a soprar...

Anônimo disse...

Suas palavras estão se espalhando!
Obrigada pelo incentivo.
Beijos!